Apesar de o planejamento estratégico ainda ser foco de discussões entre teóricos da administração moderna, também é inevitável ver o número de empresas no Brasil que não resistem aos seus primeiros anos frente às estratégias mal desenvolvidas e implementadas ou, ainda mais comum, a ausência total de planos. Os resultados costumam ser decisões precipitadas em investimentos e desvio de objetivos por falta de perspectiva de um horizonte à longo prazo.

Na prática, os pequenos negócios mostram que apesar de saber de suas necessidades de se organizar e pensar de forma sistêmica, é ocupado por seu dia-a-dia corrido que apenas lhe permite zelar por metas de curto prazo.

Planejar bem, com metas ajustadas e com implementação competente pede criatividade e afinco. No entanto, só o planejamento não é o suficiente quando não há controle sobre as ações geradas.

Uma excelente opção está no uso do Balanced Scorecard , famosa metodologia preconizada por Kaplan e Norton (1997) que se propõe a medir o desempenho, usando além dos indicadores financeiros, indicadores da satisfação do cliente, eficácia dos processos operacionais internos e capacidade de inovação e aprendizagem organizacional. O BSC é baseado em um mapa estratégico de informações, onde é possível visualizar e acompanhar metas e objetivos da empresa. A implementação do BSC pode trazer benefícios como:

• Traduzir a estratégia em objetivos e ações concretas;

• Promover o alinhamento dos indicadores com os objetivos estratégicos;

• Proporcionar à gestão uma visão sistematizada do desempenho operacional;

• Constituir um processo de avaliação e atualização da estratégia;

• Propiciar a comunicação dos objetivos estratégicos

• Facilitar o desenvolvimento de uma cultura de aprendizagem e melhoria contínua;

• Disponibilizar à gerência um controle de dimensões estratégicas;

Porém, implantar indicadores de desempenho relacionados à estratégia exige alguns requisitos que vão além do puro e simples levantamento de processos, acompanhamento dos resultados e estratégias propriamente ditas.

As micro e pequenas empresas costumeiramente não possuem dados suficientes para se medir o desempenho. Logo, as buscas pelas informações tornam-se difíceis e não confiáveis para tomada de decisão;

É importante passar a ter controle das informações inerentes à produção, ao faturamento e ao mercado e a implementação de um sistema de gestão. Dependendo do tamanho da empresa, contar com um bom sistema informatizado para este armazenamento passa a ser quase que obrigatório.

Outra dificuldade é a coleta, digitação e avaliação das informações. É necessário um responsável por estas atividades rotineiras. No entanto, as PMEs com baixo número de funcionários e em geral sem plano de carreira para seus colaboradores, dificulta a seleção e retenção de pessoal para esta ocupação.

Não visam processos e sim de resultados. Não avaliam indicadores como treinamento dos funcionários, taxas de turnover e perdas no processo, por exemplo. É dada grande importância para os resultados financeiros e aumento de receita, unicamente.

A construção de planejamentos estratégicos que forneçam base à uma boa metodologia de gestão de desempenho como o BSC e outras mais, que estejam de acordo com cada tipo de negócio, não é tarefa impossível pelo tamanho de cada organização. Contudo, requer dedicação, comprometimento e uma excelente visão sobre seus indicadores. Atente sobre eles, sua empresa depende disto.

 

Rodrigo de Sousa é Consultor Trainee da Novofoco Consultoria nas áreas de estratégia empresarial, gestão da qualidade e inteligência de marketing.