Os 7 pecados capitais na gestão de MPEs
Parafraseando o título do excelente filme dirigido por David Fincher e estrelado por Brad Pitt e Morgam Freeman, identificamos os sete pecados capitais mais comuns na gestão de MPEs. Práticas que emperram o crescimento das empresas ou corroboram para o fim prematuro dos negócios, são eles:
#1 O “Paitrão”
Uma figura muito comum nas MPEs é a do “paitrão”, um comportamento paternalista que cega o empresário para os erros e a falta de produtividade de seus “filhos”. Em uma empresa não existe um pai e sim um líder e também não existem filhos e sim colaboradores, todos devem gerar resultado e para que isso aconteça são necessários profissionais comprometidos com o plano estratégico da organização. Frases como: “Como vou demiti-lo se ele tem 20 anos de casa?” ou “ela é tão boazinha, vamos dar mais uma chance”, podem em algum momento comprometer o crescimento da empresa.
#2 O Desrespeito ao princípio da entidade contábil
Significa que na prática não se deve misturar dinheiro da empresa com dinheiro do sócio. Se uma conta de luz da casa do sócio for paga pela empresa, a mesma deve ser considerada uma retirada. O que parece óbvio, infelizmente não é na gestão financeira das MPEs. O empreendedor deve estabelecer um valor fixo de retirada e adequar o seu orçamento pessoal dentro deste valor.
#3 Empreendedor ou funcionário?
Pessoas é um assunto importante na gestão de MPEs. Alguns empresários se comportam como péssimos funcionários de suas próprias empresas. Envolvem-se demasiadamente no operacional, têm resistências as mudanças, compartilham e em alguns casos fomentam “fofocas” no ambiente de trabalho, brincam em horas e de forma inapropriada entre outras características.
Esquecem que precisam dar o exemplo, preocupar-se com o crescimento e assuntos estratégicos da organização, qualificar-se e ampliar o networking. Isto demanda tempo, e, treinar pessoas para “tocar” o operacional da organização, torna-se condição fundamental.
Lembrem-se, algumas características de um bom funcionário, como ter uma rotina de horário e dedicação ao trabalho, capacidade de execução e justificar-se para a equipe quando algo não sai como planejado, são comportamentos louváveis que o empresário pode seguir.
#4 Diga com quem andas que te direi quem é
Na maioria das MPEs o empresário é um ser muito sozinho, não compartilha suas decisões e não forma uma equipe competente a sua volta. Nem sempre é possível economizar na hora de contratar ou manter um talento, o importante é mensurar quanto aquele colaborador especial pode trazer de retorno para a organização. Uma das maneiras que vem suprindo esta falta de qualificação de mão de obra é o investimento em consultorias de gestão. São empresas especializadas capazes de dividir os desafios dos empresários e propor soluções viáveis.
#5 Má gestão de capital de giro
A maioria das empresas quebra por não saber gerir o capital de giro. É comum uma indústria “bancar” um pedido de alto valor agregado, comprando material na frente, entrando em dívidas e, caso haja um atraso na entrega ou recebimento, não ter capacidade financeira e terminar precocemente o negócio. Para que isso não aconteça o empresário deve se pautar de controles financeiros, não se cansar de fazer contas e em determinados momentos até negar um pedido. É melhor deixar de faturar um determinado pedido ou quebrar? Estas são decisões que o empreendedor se depara a todo o momento e precisa estar preparado. Cursos, especializações, benchmarking, cercar-se de profissionais e prestadores de serviços competentes são as melhores dicas.
#6 Falta de planejamento para sucessão empresarial
Existem “donos” de empresa? O que é mais forte: a marca da empresa ou o sócio majoritário? Algumas empresas encerram as suas atividades com o desligamento de seus sócios por não ter havido um plano de sucessão empresarial. São raros os casos de profissionalização da gestão de MPEs, ainda predomina colocar critérios de envolvimento familiar acima da competência necessária para liderar uma empresa.
Existem consultorias capazes de coordenar um processo de sucessão empresarial com brilhantismo, atuando com isenção, não deixando que razões pessoais e emocionais impactem negativamente no processo.
#7 Jeitinho Brasileiro
Deixar as coisas para última hora, pagar multas por atraso e taxas desnecessárias, abusar da informalidade no trato com as pessoas… A temida frase “o bom é inimigo do ótimo”, ou seja, faça de qualquer jeito que está bom, explica bem uma série de atitudes que chamo neste texto de “jeitinho brasileiro”.
A gestão de MPEs exige planejamento. Não existe espaço para as práticas citadas, precisamos acabar com este negócio de jeitinho brasileiro que inclusive está ficando démodé, visto que nós, empresários brasileiros somos reconhecidos cada vez mais no mercado internacional como competentes, criativos e adaptáveis.